Olhei para ontem.
Fixei o que me parecia o início.
percebi a luz e era só o que via,
era o infinito a partir dali.
Esperei os reflexos,
encontrei alguns passos
com lágrimas secas estampadas em sorrisos.
O que parecia espera,
flutuava desordenadamente
e em harmonia impossível
com os passos adiante
e com as pausas impercetíveis.
Quase percebi o compasso
pelo palpitar do coração
nos passos antes impossíveis
e pelo vibrar mudo das estrelas,
nos passos afinal tão simples.
Nas lágrimas vi idílios e desejos,
vi quimeras simples do tamanho do mundo
e nos sorrisos ouvi desejos de encantar.
A alegria extasiada e a desilusão seguinte,
paralisante, misturavam-se violentamente
e separavam-se para alternar papéis.
E o tempo que me parecia parado a cada ciclo,
parecia entender-me simplesmente.
Sem indício de me ter conhecido,
parecia autêntico e primitivo
e gostar de ajustar palavras
a alguns passos.
Ainda que por um ápice.
Para sempre.